domingo, 25 de outubro de 2009

Transformações bruscas no corpo podem ser indícios de problemas hormonais

Minha colega de Estado de Minas, a Márcia Maria, fez uma matéria super bacana sobre puberdade precoce. Quando o assunto é hormônio é bom mesmo ficar ligado. Publico aqui a reportagem.

A entrada na puberdade costuma ser um momento delicado tanto para meninas e meninos, que se veem diante de transformações bruscas no corpo, quanto para os pais, que tentam, da melhor forma possível, orientá-los e dar suporte em um momento tão marcante. A puberdade é um divisor de águas biológico, quando o corpo deixa de ser infantil e passa a ser adulto, preparando-se para a função sexual e reprodutiva anos depois.
Normalmente, nas meninas, a puberdade pode iniciar-se por volta dos 8 anos de idade, quando os ovários começam a fabricar estrogênio (hormônio sexual feminino). Nos meninos, o processo se inicia a partir dos 9 anos, quando os testículos começam a crescer lentamente e a produzir testosterona (hormônio sexual masculino). Essas mudanças começam a ocorrer em crianças normais a partir do estímulo do sistema nervoso central. No entanto, em alguns casos, as transformações começam a aparecer muito cedo, antes dos 8 anos, no caso das meninas, o que caracteriza a puberdade precoce, uma patologia com graves complicações.
Embora a puberdade envolva uma série de transformações emocionais, físicas e, sobretudo, biológicas, não há o que temer quando ocorre no momento certo. É preciso entender que se trata da porta de entrada para a vida adulta, mas meninos e meninas, embora muito desenvolvidos, ainda não têm maturidade. Por ser um período de intensa transformação hormonal, é acompanhado de muitas dúvidas e questionamentos das crianças, que, de repente, se veem diferentes, mas nem sempre entendem o que está ocorrendo.
Os problemas começam a surgir quando as transformações ocorrem fora do tempo. Se os pais têm dificuldade para lidar com a puberdade precoce, imagine as crianças. Nesses casos, o sistema reprodutivo, que fica adormecido durante toda a infância, começa a aflorar antes da hora, com a ativação dos hormônios sexuais. “O organismo ativa o eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, que envia estímulos para as gônadas, nos meninos, os testículos; e, nas meninas, o ovário”, afirma o professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Antonio José das Chagas. Quando as mudanças hormonais ocorrem fora de hora, é aconselhável que os pais levem os filhos a um endocrionologista pediátrico.

O adiantamento da puberdade ocorre por diferentes razões: ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal (HHG), que estimula as gônadas a produzir os hormônios sexuais em momento inapropriado. Nesse caso, chama-se puberdade precoce central. Quando o eixo HHG não está ativado, as causas são periféricas: uso de medicamentos compostos por hormônios, tumores ou cistos ovarianos ou nos testículos e alterações na glândula suprarrenal. Essas disfunções caracterizam a puberdade precoce periférica. Nesses casos, começam a surgir pelos genitais e axilares (adrenarca).
Quando há problemas na glândula suprarrenal, pode haver descontrole na produção de hormônios masculinos e femininos, que são produzidos em ambos os sexos, mas cuja quantidade determina as características específicas de cada um deles. Nos casos de puberdade precoce central, o hipotálamo estimula a hipófise a liberar o LH e o FSH, que, por sua vez, ativam as gônadas (testículos nos meninos e ovário nas meninas). Em média, depois de um ano do início desse processo, a criança passa pelo estirão (um crescimento acelerado), que praticamente cessa ao final do processo.
“Nos meninos, ocorre um aumento da musculatura, ganho de apetite, aparecimento de acne”, entre outras questões. Nas meninas, o desenvolvimento das mamas, o avanço na maturação óssea e o adiantamento da menstruação são alguns dos sinais da puberdade precoce central. Quando o problema não é identificado, pode ocorrer um comprometimento no crescimento da criança. No caso da produção irregular de hormônios, as meninas podem receber uma carga maior de testosterona, provocando o crescimento indevido do clitóris, como se fosse um pequeno pênis. Nelas, a produção de hormônio masculino em excesso irá virilizá-las. Já o desequilíbrio de hormônio feminino, nos meninos, irá produzir o aumento das mamas, a ginecomastia. A quantidade inadequada de testosterona pode fazer com que eles tenham bigode muito cedo. A produção aumentada de hormônios masculinos provocará aceleração do crescimento e da maturação óssea, o que resultará em baixa estatura na vida adulta.
Os problemas hormonais não afetarão a orientação sexual da criança. Segundo a ginecologista infanto-puberal, Cláudia Lúcia Barbosa Salomão, cerca de dois terços dos casos de puberdade precoce são idiopáticas, ou seja, não é possível determinar a causa. Um terço, porém, pode ser causado por tumores e cistos. Por isso, é importantíssimo identificar as alterações.

As mães que desconfiam que os filhos estão entrando precocemente na puberdade podem procurar os centros de saúde e pedir um encaminhamento para o Ambulatório de Endocrinologia do Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte. Em alguns casos, é indicado até mesmo cirurgia. Em outros, apenas o uso de medicamentos é suficiente.

O texto completo está na edição de 25 de ouutbro de 2009 ou no site www.uai.com.br.

sábado, 3 de outubro de 2009

Como se previne?

Evitando-se o uso de medicamentos contendo cortisonas ou seus derivados.
Os tumores de supra-renal e de hipófise não são previníveis, podendo, por outro lado, ser diagnosticados precocemente o que resulta em melhores resultados.

Como se trata?

Nos casos decorrentes do uso de cortisona, a mesma deve ser suspensa lentamente, inicialmente trocando o medicamento por uma forma mais semelhante a natural (prednisona ou hidrocortisona) e em doses semelhantes àquelas que existem no organismo normal. Depois de algum tempo (semanas), o medicamento deve ser diminuído gradativamente até ser suspenso. Se o paciente sentir a tentativa de retirada da medicação, a dose deve ser mantida o mais próxima da considerada normal e depois de algum tempo tentada nova retirada. Os pacientes que têm a doença decorrente de tumores de supra-renal e de hipófise, devem ser submetidos a cirurgia de retirada destes tumores. Para esses procedimentos os pacientes devem ser adequadamente avaliados, e necessitam de cuidados médicos especializados.

Como o médico faz o diagnóstico?

A suspeita do médico deve ocorrer em todo o paciente que apresenta obesidade localizada associada a hipertensão arterial e diabetes, além dos pacientes com o quadro bastante característico, como o descrito acima. A partir da suspeita deve ser solicitada a dosagem de cortisol às 8 horas da manhã, após a administração de dexametasona 1mg às 23 horas da noite anterior (teste de triagem). Se esse exame se mostrar alterado, deve ser realizada uma investigação mais detalhada e serem realizados exames de imagem das supra-renais e da hipófise (tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética). Além das dosagens hormonais, são necessários exames bioquímicos gerais, Rx de tórax, eletrocardiograma e densitometria óssea.

O que se sente?

Os principais sintomas são o aumento de peso, com a gordura se depositando no tronco e no pescoço, preenchendo a região acima da clavícula e a parte detrás do pescoço, local onde se forma um importante acúmulo denominado de "giba". A gordura também se deposita no rosto, na região malar ("maçãs do rosto"), onde a pele fica também avermelhada, formando-se uma face que é conhecida como de "lua-cheia". Ocorre também afilamento dos braços e das pernas com diminuição da musculatura, e, conseqüente, fraqueza muscular que se manifesta principalmente quando o paciente caminha ou sobe escadas. A pele vai se tornando fina e frágil, fazendo com que surjam hematomas sem o paciente notar que bateu ou contundiu o local. Sintomas gerais como fraqueza, cansaço fácil, nervosismo, insônia e labilidade emocional também podem ocorrer.

Nas mulheres são muito freqüentes as alterações menstruais e o surgimento de pêlos corporais na face, no tórax, abdômen e nos braços e pernas. Como grande parte dos pacientes desenvolve hipertensão arterial e diabetes, podem surgir sintomas associados ao aumento da glicose e da pressão arterial tais como dor de cabeça, sede exagerada, aumento do volume urinário, aumento do apetite e visão borrada. Quando ocorre aumento importante dos pêlos, pode ocorrer também o surgimento de espinhas (acne) na face e no tronco, e nas mulheres pode surgir mudança na voz, queda do cabelo semelhante a calvície masculina e diminuição das mamas. Esses sintomas se associam com tumores de supra-renal.

No abdômen e no tórax podem ser observadas estrias de cor avermelhada e violeta, algumas vezes com vários centímetros de largura. Algumas pessoas apresentam também pedras nos rins e conseqüentemente cólica renal. A osteoporose é freqüente, provocando dores na coluna e às vezes fraturas nos braços, pernas e na coluna.

domingo, 13 de setembro de 2009

O que é a doença/síndrome de Cushing?

Conjunto de sinais e sintomas do excesso da cortisona (um dos hormônios produzidos pela glândula supra-renal). Esse excesso hormonal pode ser provocado por hormônios sintéticos (exógenos) ou por doenças envolvendo a glândula supra-renal e a hipófise.

O quadro pode ser ocasionado pelo uso continuado de cortisona ou seus derivados, conhecidos como antinflamatórios esteróides. Estas substâncias são empregadas para o tratamento de uma série de doenças, e provocam o síndrome de Cushing como efeito colateral. A síndrome de Cushing também pode ser provocada por doenças da glândula supra-renal e da hipófise. Estas doenças, em geral, são decorrentes de tumores benignos (adenomas) da supra-renal e da hipófise. Na supra-renal podem ocorrer também tumores malignos. Mais raramente a doença parte da produção de substâncias estimuladoras da supra-renal por tumores malignos ou abdominais.